segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Adultos rendem-se ao Lego e fazem-se coleccionadores


Retorno à infância mais que um hóbi, o Lego leva os adultos de volta aos tempos de criança

Assemelham-se a pequenos tijolos coloridos e surgem das mais variadas formas barcos piratas, naves espaciais, carros de corrida, entre outras. São vendidos em lojas de brinquedos e eram direccionados especialmente para as crianças. Eram, pois há uma comunidade - os AFOL, como se chamam - cada vez maior de adultos que olha para o Lego como uma nova forma de coleccionismo. Em Portugal, como no resto do Mundo, já se reúnem em fóruns na Internet, combinam exposições em centros comerciais, gastam pequenas fortunas todos os meses e…divertem-se, acima de tudo.

Muito à semelhança da filatelia e da numismática, a legomania tem a vertente do coleccionismo juntar toda a colecção de um dado set (conjunto), como o Classic Castle ou Star Wars. No entanto, este hóbi de muitas "crianças" crescidas tem outro aspecto curioso, o dos MOC, ou seja, as criações próprias. Consistem em criar um objecto novo, que não exista na Lego a partir de peças avulsas, ou recriar monumentos como a Torre de Belém.

Os AFOL têm uma história muito comum quando crianças, deliciaram-se com os conjuntos Lego, passaram por um período de afastamento do brinquedo - classificado no meio como dark age, ou época negra -, reatam a paixão antiga já na idade adulta, geralmente após a compra daquele conjunto que sempre desejaram quando eram pequenos, e, por último, travam conhecimento com a comunidade portuguesa através da Internet. Foi assim com Romão Santos, 23 anos, e Carlos Ribeiro, 40 anos.

Residente no Porto, Carlos Ribeiro leva já mais de três décadas de Lego. Os pequenos tijolos coloridos foram um "amor à primeira vista sem opção de divórcio até morrer." Para Carlos, natural de Espinho, o Lego é "um hóbi e um escape", um brinquedo que lhe permite criar um"um micro mundo bem mais perfeito".

Quanto a Romão Santos, é um caso quase único na comunidade AFOL portuguesa o jovem licenciado em Comunicação teve, durante seis meses, a possibilidade de trabalhar na Lego, em Londres. "Não diria que foi a realização de um sonho de criança, foi antes a concretização de um sonho de adulto", afirmou.

Muito mais do que um simples brinquedo, o Lego vai assumindo diversas funções, para além da didáctica e da lúdica a robótica e a exploração espacial têm têm aproveitado o conceito-base por detrás do brinquedo.

A realização de exposições e de encontros anuais é outra das características desta comunidade o Plugfest ou o Encontro 0937, assumem-se como mostras da dedicação levada a cabo pelas centenas de AFOL portugueses, uma nova moda de adultos.

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